Tuesday, August 3, 2010

Sketches for Freedom Fighters Collection

Em Agosto o país entra em férias, mas a igallery continua aberta para acolher mais uma exposição. Desta vez uma série de esboços/ experiências do que virá a ser uma exposição em grandes dimensões: sketches for “freedom fighters collection” são um conjunto de 15 peças feitas à base de serigrafia e acrílico da autoria de Abraão Vicente. Apenas uma parte dos freedom fighters estão presentes nesse lote de experimentações. A expo estará aberta ao público a partir de segunda feira, 2 de Agosto. Venham pois degustar livros e imagens.

A exposição já está disponível on-line. Pode-se ver aqui a colecção completa.

Friday, July 9, 2010

Abre hoje a exposição: "A presença de Eugénio Tavares no Artiletra"

Sublinhando a nossa confessa paixão pela mistura de imagens e literatura, a i.gallery anuncia a abertura hoje, dia 9 de Julho, da exposição de fotografia sobre Eugénio Tavares. Mais que uma coincidência o facto da livraria que acolhe a i.gallery se chamar Nhô Eugénio, é também uma justa homenagem ao mais aclamado poeta e pensador cabo-verdiano. Esta exposição insere-se na abertura oficial do segundo mês do movimento "A inteligência está na moda" promovida pelo jornal cultural Artiletra. Venham pois degustar um pouco mais de história, esta sexta a partir das 19h.

Monday, May 31, 2010

In Cabo Verde:Pedro Moita em Exposição a partir do dia 4 de Junho



A programação da igallery não pára. O mês de Junho continuamos a dar cartaz à fotografia. Desta feita Pedro Moita numa mostra intitulada "In Cabo Verde". Para quem ainda não conhece o percurso de Pedro Moita, nada melhor do que um texto preparado pela jornalista Soraia de Deus, que nos dá luz sobre o título escolhido "In Cabo Verde":

Pedro Moita

Profissional da Imagem, trabalha como repórter de televisão há 15 anos. Especializou-se em magazines de grande informação, mas também já foi responsável pelas imagens de vários filmes publicitários, vídeos institucionais e programas de entretenimento.
Actualmente é repórter de imagem e director de fotografia da Agência Cabo-verdiana de Imagens- ACI.

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A fotografia nasceu deste “casamento” natural e instintivo com a imagem. Uma paixão antiga que ganhou corpo a partir do momento em que se fixou em Cabo Verde.

Nas ilhas da morabeza, foi registando através das suas objectivas, ora de filmar, ora de fotografar, vários aspectos da caboverdianidade.

Os rostos, os lugares, as vivências e a tradição.

Mais do que imagens estáticas, as suas fotografias contam uma história, revelam um momento vivido na primeira pessoa e transmitem todo o movimento de quem olha o mundo através de uma câmara de filmar.

Esta exposição “in Cabo Verde” é a imagem de 5 anos vividos em viagem pelas nove ilhas.
5 anos quase sempre associados ao Magazine de Informação “ Nha Terra Nha Cretcheu”.

Uma selecção que reflecte as viagens e experiências de quem regista o país em toda a sua profundidade e intensidade.
“In Cabo Verde” marca um trabalho e o olhar de quem vê “de dentro” e a paixão pelos jogos de luzes, a cor, os enquadramentos e as expressões genuínas…

Para acompanhar outros clics do Pedro visite:

Tuesday, May 4, 2010

Ver


 A igallery convida a todos para uma visita à exposição colectiva de fotografia: “Ver”, que estará aberta apartir do dia 5 de Maio no seu espaço na livraria Nho Eugénio, na Achada de Santo António. Esta exposição colectiva foi concebida apartir de uma selecção das obras de alguns fotógrafos que participaram na Mostra de fotografia contemporânea Mosf09. Entre eles: Gisela Coelho, Abraao vicente, César Schofield, Pedro Moita, Baluka Brazão, e Jorge Marmelo.  


A igallery situa-se no espaço da Livraria Nhô Eugénio, Achada Santo António.

Tuesday, March 30, 2010

“Cap Vert L’Amour Vert”: exposição de pintura de Misá, 1 de Abril

Fazendo o percurso das artes plásticas em Cabo Verde Misá surge como um dos nomes femininos mais activos nos últimos anos. Conhecida pelo seu trabalho junto à comunidade dos Rabelados e mais recentemente pelo projecto de residência artística e intervenção comunitária em Porto Madeira, Misá tem contudo um percurso mais vasto que abarca vestígios da sua jornada e viagem por vários países do mundo. Sendo inconfundível o seu estilo, tanto na literatura como na pintura, Misá assume a liberdade de nomear, escrever, pintar situar-se, identificar-se a partir de temas e expressões que lhe valem o título de artista polémica, controversa.

É a partir desta clara tendência universalista, com os pés e sentidos bem fincados na terra do seu umbigo, que Misá entra na programação da i.gallery com a exposição “Cap Vert L’Amour Vert”. Misá aceitou o desafio de se inspirar em Henri Matisse. Pintor francês que nasceu nos finais do Sec. XIX e marcou, juntamente com Picasso e Marcel Duchamp o inicio do sec XX, tornando-se numa das figuras incontornáveis da pintura universal. Matisse terá dito um dia que os artistas deveriam ter olhos de criança, sempre olhar como se fosse a primeira vez. É nesse olhar que a obra de Misá e Matisse parecem casar-se. A consciente inocência que leva a eliminação dos filtros do politicamente correcto, os cânones que determinam como se deve ou não pintar, como se deve ou não tratar os temas. O resultado deste cruzamento é sem dúvida uma Misá mais consistente, ciente das possibilidades da pintura, da sua arte como poesia, como um lugar concreto de intervenção.

Em “Cap Vert L’Amour Vert”, Misá leva ao extremo a sua procura por uma pintura que explora a sensualidade, chegando mesmo a tocar o obsceno. Misá assume mais vez a sua condição de mulher, de artista, de activista para abalar os sentidos com novas composições, novas abordagens e renovadas variações de temas que mesmo sendo recorrentes no seu trabalho, ganham contornos entusiasmantes nesta colecção de 11 quadros.

Venham pois degustar quadros, e livros na i.gallery a partir do dia 1 de Abril pelas 19h.

Friday, February 26, 2010

Ilha Jazz- Exposição de Pintura de Tchalê Figueira- abertura 4 Março: 19h


Tchalê Figueira é uma criança gigante que pinta “bitchins” e “gongons”. Alguém que colore um livro de histórias sem figuras nem contornos. Labirintos que só perceberemos quando chegamos à idade do entendimento. Tchalê é a criança “terrible” que dialoga com cada personagem da Rua de Praia, que conhece cada criatura do seu Mindelo, que fantasia com todo o feminino do universo. Menino traquinas capaz de pronunciar todas as palavras, de eliminar a ideia do proibido, trazer toda a intimidade da porno-grafia quotidiana e normaliza-la. Mestre de monstros velhíssimos, perversíssimos. Indomáveis. Ele próprio assim.

Em tempos pintou com todas as cores, baralhando os sentidos de quem quer ler. Desestabilizando o concreto e a normalidade de quem apenas aspira a uma arte sem rebelião. Tchalê é o contrário da norma, na linha narrativa da sua geração de artistas em Cabo Verde. Construiu uma grafia e um vocabulário único. Deu ao cabo-verdiano um novo rosto, um corpo em constante mutação. Somos todos “bitchins” e “gongons”, somos todos coloridos e secretos, temos todos a nossa nudez. Em algum momento. A todo o momento. De corpo e de alma. E cheiramos a corpo e a suor. Às vezes fantasiamo-nos e brincamos a todos os carnavais fora de época. Quando amamos, vivemos ou simplesmente andamos pelo universo fora. Num exercício de extrema condensação, de concisa minúcia tem experimentado composições sobre o negro, breves matizes de cor num cosmos sintetizado pelo traço, pela essência da composição como regra da arte, de consciência e da vida.

Para esta exposição Tchalê regressa às cores, em desafio às “Flores do mal” de Baudelaire. Pretexto, por outro lado, para compreender que o imaginário de Tchalê Figueira não cabe apenas na Rua da Praia, na “Morada”, no Mindelo, no arco, na ilha, nas ilhas, no Atlântico. Tchalê é herdeiro de uma tradição universal que vai não só dos pais espirituais da beat generation, por isso de Jack Kerouac, Henry Miller, Norman Mailer, William S. Burroughs, Kenneth Rexroth e da beatnik poetry (Allen Ginsberg, Gregory Corso, Lawrence Ferlinghetti, Gary Snyder), mas também de Charles Bukowski, Fiódor Dostoiévski, Juan Rulfo, Carlos Fuentes, Júlio Cortazar, Borges, Pessoa, Rainer Maria Rilke, Arménio Vieira e toda a poesia surrealista francesa.

A aparente simplicidade das obras de Tchalê Figueira é a mais apurada denúncia da complexa panóplia de linguagens e influências que compõem o percurso deste que é provavelmente o mais consagrado artista plástico cabo-verdiano da actualidade.

Monday, February 1, 2010

Exposição de pintura de: Abraão Vicente, quinta feira, 4, 19h


                                           
                           

          “A idade de Bruegel ou a queda dos anjos rebeldes”

“A idade de Bruegel ou a queda dos anjos rebeldes” mais não é que um exercício de leitura de algumas obras de Pieter Bruegel, pintor flamengo que viveu entre 1525 e 1569. Bruegel viveu uma época conturbada, banhada de crueldade e extremas diferenças sociais e de classes. Tempo em que o império de Filipe II de Espanha entendia-se até as províncias dos Paises Baixos, territórios profícuos em protestantes. Assim, é pelas mãos do Duque de Alba que o reino de Espanha empreenderá uma intensa campanha cuja atrocidade fica demasiado evidente na afirmação do católico Rei Filipe II “ Prefiro sacrificar 100 000 vidas humanas a pôr fim à perseguição de hereges”.

Se por um lado Bruegel pode ser equiparado a um fotógrafo na linha de frente das guerras de hoje, por outro, ele é também o pintor das parábolas, dos provérbios e dos enigmas. Bruegel usa a linguagem da representação para ilustrar não só os costumes, tradições, hábitos do quotidiano e indumentária da época, mas também para decifrar os códigos que regiam as relações sociais de hierarquia e os jogos de poder em disputa. As obras de Bruegel remetem-nos para uma época em que o estado civilizacional da hoje conhecida como cultura ocidental, passava inevitavelmente por um período de barbárie.

As obras apresentadas por Abraão Vicente nesta colecção de oito quadros, sob o título de: “A idade de Bruegel ou a queda dos anjos rebeldes”, são justaposições, novas composições, rearranjos de temas, figuras e imagens pertencentes não só a obras bem especificas de pintor flamengo, mas também ao imaginário da época. Ao extremo exercício de composição, tradução, volume, contemporização de Bruegel, Abraão Vicente contrapõe traços livres e rápidos, figuras propositadamente descontextualizadas e um guião que bem poderia ser a de hoje, nas ilhas. Das ilhas. Sendo por isso “A Idade de Bruegel” um tempo simultaneamente longínquo e recente. Diria, que se repete no hoje. Algures.

Venham pois degustar o tempo…. e livros.

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